Caso mobilizou estudantes da Cidade

Fonte: A Tribuna

A expulsão dos três alunos do da Faculdade de Medicina, revogada ontem à noite, acabou ganhando dimensões maiores e maciça mobilização estudantil em toda a Cidade. Ontem, todos os 720 alunos do curso e outros 24 centros e diretórios acadêmicos da Cidade se solidarizaram com a questão. O motivo da expulsão foi a charge que faria suposta alusão a membros da Fundação Lusíada ao ex-juiz Nicolau dos Santos Neto.

Foram responsabilizados pela publicação e expulsos da escola a ex-presidente do DA, Wanice Quinteiro, e os ex-diretores Silmara Harumi Nomoto e Leonardo Vanzato.

Indignados com o que chamam de repressão e cerceamento à liberdade de expressão, os alunos da Medicina paralisaram as aulas na quarta-feira e fizeram, pela manhã, uma grande passeata em direção à reitoria da instituição.

O movimento teve a adesão de pelo menos 24 entidades estudantis da Cidade, entre diretórios e centros acadêmicos de outras universidades.

Depois de uma longa e frustrada reunião no final da manhã entre uma comissão de alunos e a reitoria, os estudantes aguardavam o agendamento de um novo encontro, que poderia definir uma possível negociação entre o DA e a instituição.

Repressão — Wanice, Silmara e Leonardo têm participado de toda a mobilização. Eles dizem que tudo isso só aconteceu, inclusive a charge, porque a Lusíada sempre se manteve distante dos alunos. ‘‘A fundação nunca nos deu abertura. Sempre nos deixou à parte das decisões’’, disse Wanice.

Leonardo classifica a punição como abusiva e repressiva. ‘‘No caso do estudante de Medicina que entrou e matou no shopping de São Paulo, a faculdade suspendeu e não o expulsou. Nós não cometemos nada de tão grave e a expulsão foi a medida?’’, questiona Leonardo.

A mobilização estudantil foi tão intensa que os universitários permaneceram em frente à reitoria, debaixo de sol forte, durante todo o tempo em que a comissão de alunos esteve reunida.

‘‘Hoje é com eles. E se amanhã for com a gente? É preciso união neste momento’’, disse Maurício Scarcello, do CA de Biomedicina do Unilus. Para Christiane Liberatori, presidente do CA de Fisioterapia da UniSantos, a repressão ainda é uma constante nas universidades.

Ela diz, por exemplo, que a UniSantos não permite a colocação de cartazes nos painéis da faculdade que representem chamamento para o movimento estudantil, ou qualquer crítica à política da escola.

Marcelo Arias, membro da União Estadual dos Estudantes (UEE), acredita que o movimento estudantil está ganhando força e que a mobilização desse caso é exemplo disso.

Durante a tarde de ontem, A Tribuna tentou entrar em contato com o diretor financeiro da Fundação Lusíada e reitor do Centro Universitário Lusíada (Unilus), Nelson Teixeira, mas não foi possível ouví-lo sobre a manifestação dos estudantes. Informada pela secretária de Teixeira de que ele não se encontrava na instituição, a Reportagem pediu que ele entrasse em contato com o jornal, mas isso não foi feito até o fechamento desta edição