CES lamenta uso político
Fonte: A Tribuna
Dave Lima Prada, advogado do Centro dos Estudantes de Santos (CES), lamenta que a bandeira da universidade pública só seja levantada pelos políticos durante as campanhas eleitorais.
Ele cita as eleições para as câmaras municipais do ano passado, quando diversos candidatos fizeram da questão o grante mote de suas campanhas. ‘‘Eles se aproveitaram porque sabem que essa é uma reivindicação antiga’’.
Dave defende a instalação de uma instituição própria na região, não a extensão de alguma das três que já existem. ‘‘Se é extensão, os investimentos não vêm para cá, os professores geralmente são de fora, a administração é indireta, qualquer trâmite burocrático é mais complicado’’, justifica.
Para o advogado do CES, o sonho ainda não se tornou realidade por conta do forte poder que as instituições particulares exercem.
Dave também não acredita no argumento de que uma escola pública não resolve a situação dos estudantes carentes, posto que mais da metade dos universitários vem da rede particular de ensino. ‘‘Quem faz o aluno é a escola. Quem disse que da escola pública não saem bons alunos?’’.
No ano passado, a EE Primo Ferreira, por exemplo, conseguiu aprovar nos vestibulares da Unicamp três de seus alunos egressos do ensino médio. ‘‘O entrave para trazer uma universidade é político. Não há outra desculpa’’.
Luta — Os estudantes, que no ano passado se mobilizaram durante todo o processo que antecedeu a votação do PL 169/95, preparam para breve uma nova campanha. ‘‘Só estamos esperando o momento certo para voltar à luta’’, avisa Dave.